16º CONGRESSO BRASILEIRO DE FONOAUDIOLOGIA
CONVENTION CENTER (JOÃO DÓRIA) - CAMPOS DO JORDÃO
24 A 27 DE SETEMBRO DE 2008
Linguagem Adulto e Idoso
Carla Cardoso( Faculdades Jorge Amado), Catarine Heiter Boness( Faculdades
Jorge Amado), Jorge Fernando Cunha( Faculdade Jorge Amado), Sara Virgínia
Paiva Santos -( Faculdade Jorge Amado)
Introdução: Sabe-se que os cuidadores de pacientes afásicos encontram dificuldades na
desafiadora tarefa que é o cuidar, para oferecer o auxílio necessário não só na execução
das atividades de vida diária, mas no estabelecimento de uma forma de comunicação,
lesada pelo déficit instalado por uma intercorrência que ocasionou a afasia.
Objetivos:Caracterizar as principais dificuldades dos cuidadores de pacientes afásicos atendidos no
Núcleo de Neurologia da Clínica Escola das Faculdades Jorge Amado – BA.
Metodologia:Participaram da pesquisa 09 cuidadores de pacientes afásicos. Foi aplicado um
questionário, construído pelos pesquisadores, composto de 16 questões subjetivas
baseadas na literatura pesquisada que abordaram questionamentos sobre as dificuldades
encontradas no cuidar do paciente, tempo diário dedicado aos cuidados, forma de
comunicação, experiência do cuidador, conhecimento sobre a afasia e etiologia e
recebimento de informações sobre como cuidar do paciente pós-lesão. A entrevista foi
realizada pelos pesquisadores na sala de espera do atendimento fonoaudiológico.
Resultados: As principais dificuldades referidas pelos cuidadores foram de comunicação
(66,6%) e de locomoção (66,6%). Outras dificuldades referidas foram com a alimentação,
privação sensorial visual e depressão (11,1%), sendo que um cuidador referiu não ter
sentido dificuldades no cuidar. 77,7% dos cuidadores atuam no cuidar durante todo o dia,
sendo que nunca tiveram essa experiência anteriormente. Apenas 22,2% já foram
cuidadores pelo menos uma vez. Houve um predomínio de cuidadores do sexo feminino
(89%), o que já está de acordo com a literatura. A faixa etária dos cuidadores variou entre
24 a 55 anos; sendo que 77,7% dos cuidadores tinham grau de parentesco com o
paciente. A forma de comunicação mais utilizada foi a fala com dificuldade (meio
comunicativo oral) (55,5%), seguido da utilização de gestos (44,4%), olhar e escrita
(11,1%). A maior parte da amostra (55,5%) referiu não saber o que é afasia e os que
responderam (44,45%) associaram o conceito à definição do AVC e/ou às limitações de
fala (articulação). Todos os participantes da pesquisa (100%) reconheceram que o
fonoaudiólogo pode ajudar na reabilitação o paciente afásico.
Conclusão: A comunicação com o paciente afásico está entre as principais dificuldades encontradas pelos cuidadores, e isso corrobora a necessidade da intervenção fonoaudiológica precoce na reabilitação do paciente afásico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário