sexta-feira, 15 de abril de 2016

DISFAGIA x SÍNDROME DE WEIL RELATO DE CASO




SESSÃO DE POSTERS

DISFAGIA x SÍNDROME DE WEIL: RELATO DE CASO
Autor(es): Sara Virgínia Paiva Santos, Juliana Rodrigues da Silva Lopes

INTRODUÇÃO: a Síndrome de Weil (SW) é manifestação clássica da leptospirose grave caracterizada pela tríade: icterícia, insuficiência renal e hemorragias, podendo apresentar manifestações menos frequentes como: encefalite, paralisias focais, espasticidade, convulsões, neurite periférica, paralisia de nervos cranianos, faringite, tosse e mielite. A Leptospirose é classificada como uma zoonose de quadro infeccioso febril agudo, causada por bactérias patogênicas do gênero Leptospira, ocorre principalmente em condições inadequadas de saneamento e alta infestação de roedores, já que a transmissão da doença se dá ao homem pelo contato direto/indireto com urina de animais infectados. Suas formas clínicas variam em fase precoce e tardia e tem alto índice de letalidade. É uma doença de notificação compulsória em todo o país e, segundo o Ministério da Saúde, é um problema mundial de saúde pública. Não são comuns na literatura descrições de casos de Disfagia decorrente da SW o que motivou a descrição desse caso.
OBJETIVO: descrever o caso de um paciente com diagnóstico de Síndrome de Weil e alteração na deglutição.
MÉTODO: descrição de um caso clínico. O paciente foi submetido à avaliação clínica por duas fonoaudiólogas, em dois momentos diferentes, após solicitação médica. O instrumento de avaliação foram itens do Protocolo de Avaliação Fonoaudiológica institucional: Avaliação do sistema sensório-motor-oral: Antroposcopia(Atp), mobilidade(Mob), sensibilidade(Sens), tônus(Ton), praxias orais(Prax), testagem de reflexos(Ref); presença de tosse voluntária(Tv) e reflexa(Tr); Avaliação da função(AF): fases da deglutição com uso de dietas nas consistências de líquida à sólida; Realização de Ausculta cervical(AC) como instrumento complementar de avaliação.
RESULTADOS: paciente sexo masculino, 24 anos, internado em UTI há 01 dia, consciente, orientado, em ventilação espontânea e oxigenoterapia, fala lentificada, dificuldade na movimentação dos membros, apresentando quadro clínico de Leptospirose grave, negando alimentar-se pela via oral, queixoso de dor intensa em orofaringe. Os achados relevantes da avaliação fonoaudiológica mostraram: Atp: placas de sangue aderidas em toda região de cavidade oral e orofaringe de difícil remoção; ausência de saliva em cavidade oral (xerostomia); Mob: redução na mobilidade de lábios, língua e véu palatino; Sens: reduzida ao toque intra-oral; Ton: discreta hipertonia na musculatura orofacial, de lábios, língua e bochechas; Prax: lentificadas, com amplitude de movimento reduzida; Ref: ausência do reflexo de deglutição ao toque em pilares das fauces palatinas; reflexo de gag presente; Tv e Tr presentes e eficazes; AF: não foi realizada oferta de dieta (optou-se pelo aguardo da evolução do quadro).
DISCUSSÃO: o paciente apresentou sintomas clássicos da doença em sua forma mais grave e sintomas menos frequentes como faringite e alteração em nervos cranianos (V, VII e XII); presença de sangue em cavidade oral e xerostomia podem ter reduzido a sensibilidade; a dificuldade para eliciar a deglutição voluntária pode estar associada ou não à queixa de dor intensa em orofaringe; a higiene oral apresentou limitações visto plaquetopenia. Não houve diferenças significativas entre as avaliações fonoaudiológicas.
CONCLUSÃO: Apesar da deficiência de relatos na literatura de disfagia relacionados à Síndrome de Weil, os sintomas presentes na síndrome podem alterar as diversas fases da deglutição caracterizando disfagia.

Dados de publicação
Página(s) : p.108
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa



http://www.sbfa.org.br/portal/anais2011/trabalhos_select.php?id_artigo=108&tt=SESS%C3O%20DE%20POSTERS

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