Autor(es) / Coautor(es) : SARA VIRGINIA PAIVA SANTOS, Sara Virgínia Paiva
Santos1,3,4, Ivani Rosa dos Santos6,3,7, Cristiane Maria Nascimento de
Oliveira3,5, Alinete Santana dos Santos3,5
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INTRODUÇÃO: É sabido que existem poucos estudos relacionando percepção
vocal e qualidade de vida de indivíduos laringectomizados totais. A
literatura revela a importância da avaliação da voz pelo próprio sujeito de
forma que possa opinar no processo de reabilitação para aquisição da sua
nova voz. De fato, falar de qualidade de vida e de qualidade da voz são
estudos que envolvem a subjetividade e são de difícil quantificação, pois
envolvem variáveis como personalidade dos sujeitos e fatores psicológicos.
OBJETIVO: verificar a percepção vocal auto-referida por pacientes
submetidos à laringectomia total e sua relação com a qualidade de vida.
MÉTODOS: participaram da pesquisa 09 pacientes atendidos no Serviço de
Fonoaudiologia do Hospital Aristides Maltez, em Salvador-BA. Aplicou-se
questionário formulado pelas pesquisadoras composto pelos seguintes itens
objetivos: identificação, auto-percepção vocal, comunicação e qualidade de
vida. Os pacientes foram abordados na sala de espera para realização da
fonoterapia do serviço de Fonoaudiologia do referido hospital. A análise de
dados foi realizada com software R 2.0.1, com método de pesquisa
quantitativo, tipo transversal, de modelo descritivo exploratório. Este
trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Liga Baiana Contra o Câncer
do Hospital Aristides Maltez, com protocolo N° 219/08. RESULTADOS: todos os
participantes estavam em fonoterapia há mais de um ano. Houve percepções
vocais negativas do tipo: rouca, fraca, com secreção, grossa, cochichada,
fina, soprosa, tensa, desagradável, presa na garganta, falha,
desconfortável, e percepções vocais positivas: clara, agradável e forte.
Houve predominância da variável rouca (64,3%). Os participantes da pesquisa
se auto-atribuíram nota máxima para o item qualidade de vida. A comunicação
do laringectomizado total mostrou-se efetiva (78,6%) e 57,2% da amostra têm
sempre dificuldade em falar alto e realizar reabastecimentos de ar durante
a fala. A escrita foi o recurso mais utilizado para comunicação alternativa
(57,2%). CONCLUSÃO: Tanto os que tiveram percepções vocais negativas quanto
os que referiram percepções positivas optaram pelas alternativas que
evidenciam uma qualidade de vida pouco alterada, o que não interferiu na
efetividade da comunicação, mostrando que a sua visão em relação à
qualidade de vida pode estar atrelada a sobrevivência, diante de uma ressecção
laríngea total e a possibilidade de recidivas do câncer. A terapia
fonoaudiológica tem um papel fundamental para melhoria na comunicação do
indivíduo laringectomizado total a ponto de poder ressignificar a sua vida
numa dimensão social, uma vez que esses indivíduos conseguem se comunicar
de maneira efetiva, com a aquisição de uma neovoz a partir do trabalho
fonoaudiológico.
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