sexta-feira, 15 de abril de 2016

PERCEPÇÃO VOCAL AUTO-REFERIDA X QUALIDADE DE VIDA DE LARINGECTOMIZADOS TOTAIS POR CÂNCER PARTICIPANTES DE GRUPO DE TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA HÁ MAIS DE 1 ANO



Autor(es) / Coautor(es) : SARA VIRGINIA PAIVA SANTOS, Sara Virgínia Paiva Santos1,3,4, Ivani Rosa dos Santos6,3,7, Cristiane Maria Nascimento de Oliveira3,5, Alinete Santana dos Santos3,5

INTRODUÇÃO: É sabido que existem poucos estudos relacionando percepção vocal e qualidade de vida de indivíduos laringectomizados totais. A literatura revela a importância da avaliação da voz pelo próprio sujeito de forma que possa opinar no processo de reabilitação para aquisição da sua nova voz. De fato, falar de qualidade de vida e de qualidade da voz são estudos que envolvem a subjetividade e são de difícil quantificação, pois envolvem variáveis como personalidade dos sujeitos e fatores psicológicos. OBJETIVO: verificar a percepção vocal auto-referida por pacientes submetidos à laringectomia total e sua relação com a qualidade de vida. MÉTODOS: participaram da pesquisa 09 pacientes atendidos no Serviço de Fonoaudiologia do Hospital Aristides Maltez, em Salvador-BA. Aplicou-se questionário formulado pelas pesquisadoras composto pelos seguintes itens objetivos: identificação, auto-percepção vocal, comunicação e qualidade de vida. Os pacientes foram abordados na sala de espera para realização da fonoterapia do serviço de Fonoaudiologia do referido hospital. A análise de dados foi realizada com software R 2.0.1, com método de pesquisa quantitativo, tipo transversal, de modelo descritivo exploratório. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Liga Baiana Contra o Câncer do Hospital Aristides Maltez, com protocolo N° 219/08. RESULTADOS: todos os participantes estavam em fonoterapia há mais de um ano. Houve percepções vocais negativas do tipo: rouca, fraca, com secreção, grossa, cochichada, fina, soprosa, tensa, desagradável, presa na garganta, falha, desconfortável, e percepções vocais positivas: clara, agradável e forte. Houve predominância da variável rouca (64,3%). Os participantes da pesquisa se auto-atribuíram nota máxima para o item qualidade de vida. A comunicação do laringectomizado total mostrou-se efetiva (78,6%) e 57,2% da amostra têm sempre dificuldade em falar alto e realizar reabastecimentos de ar durante a fala. A escrita foi o recurso mais utilizado para comunicação alternativa (57,2%). CONCLUSÃO: Tanto os que tiveram percepções vocais negativas quanto os que referiram percepções positivas optaram pelas alternativas que evidenciam uma qualidade de vida pouco alterada, o que não interferiu na efetividade da comunicação, mostrando que a sua visão em relação à qualidade de vida pode estar atrelada a sobrevivência, diante de uma ressecção laríngea total e a possibilidade de recidivas do câncer. A terapia fonoaudiológica tem um papel fundamental para melhoria na comunicação do indivíduo laringectomizado total a ponto de poder ressignificar a sua vida numa dimensão social, uma vez que esses indivíduos conseguem se comunicar de maneira efetiva, com a aquisição de uma neovoz a partir do trabalho fonoaudiológico.

Dados de publicação
Página(s) :
 p.3327
URL (endereço digital) :
 http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa 


Nenhum comentário:

Postar um comentário