sexta-feira, 15 de abril de 2016

VERIFICAÇÃO DA OCORÊNCIA DE DISFAGIA OROFARÍNGEA NEUROGÊNICA NA SÍNDROME DE STURGE-WEBER TIPO I



Autor(es) / Coautor(es) : SARA VIRGINIA PAIVA SANTOS, Sara Virgínia Paiva Santos1,2,3

INTRODUÇÃO: A Síndrome de Sturge-Weber tipo I (SSW tipo I) é a forma clássica de manifestação dessa síndrome. Caracteriza-se pela presença de nevo facial com coloração vinho-do-Porto, geralmente unilateral. Apresenta manifestações clínicas importantes na região orofacial, como: alteração do sistema estomatognático, hiperplasia gengival, hemangiomas intrabucais e de vias aéreas superiores, podem ainda coexistir: hemiplegia espástica, paresias e hemiparesias, atraso do desenvolvimento motor, déficits neurológicos focais, crises convulsivas e epilepsia (BHANSALI, R.S., YELTIWAR, R.K., AGRAWAL, A.A., 2008, SANTOS, S.V.P., CAVALHEIRO, L.G., 2008, PEREIRA, C.M., VEDRANO, A.P.G., NACLÉRIO-HOMEM, M.G., 2003,). OBJETIVO: verificar a presença de Disfagia Orofaríngea Neurogênica em paciente com diagnóstico genético de Síndrome de Sturge-Weber. MÉTODO: a paciente foi submetida às avaliações da Motricidade orofacial (passiva) e Funcional da Deglutição, no Setor de Neurologia da Clínica Escola de Fonoaudiologia do Centro Universitário Jorge Amado-UNIJORGE/Ba. Para isso, utilizou-se itens do protocolo para Exames Clínicos de Avaliação das Funções Miofuncionais Orofaciais de Marchesan, 2005. Foram verificados os itens B: Corpo, C: face e D: Funções orais. Testou-se a consistência líquida, com oferecimento de água mineral. As provas sugeridas pelo protocolo não foram realizadas por falta de compreensão e/ou colaboração da paciente, não podendo, dessa forma, avaliar as demais consistências. Realizou-se avaliação complementar com Ausculta laríngea. A paciente tinha 3 anos e 9 meses, raça branca, nascida de 32 semanas, gestação gemelar, apresentou crises convulsivas tônicas de difícil controle aos 12 meses e cursou com atraso no Desenvolvimento neuropsicomotor, cognitivo e lingüístico. Persistiu com ausência de oralidade e comunicação rudimentar. Foi assinado termo de Consentimento para a realização dessa pesquisa, de acordo com a Resolução 196/96 do CNS. RESULTADOS: os itens B (Corpo), C (Face) e D (Funções orais) encontraram-se alterados, com os seguintes achados: escape extra-oral de saliva constante, má oclusão dentária, alteração de sensibilidade, tônus e mobilidade dos OFA, assimetria facial, reflexos de procura e sucção primitivos. Observou-se escape extra-oral de líquido e, concomitante tosse durante e após a deglutição. A Ausculta laríngea evidenciou sinais clínicos de penetração no nível de pregas vocais, respiração ruidosa, seguida de dispnéia. CONCLUSÃO: as alterações morfológicas e funcionais põem em risco a proteção de vias aéreas e caracterizam o quadro de Disfagia Orofaríngea Neurogênica Moderada na paciente com SSW tipo I. Dessa forma, faz-se necessário a atuação do Fonoaudiólogo a fim de favorecer adequação das estruturas e funções motoras orofaciais para melhora de sua qualidade de vida.

Dados de publicação
Página(s) : p.3331
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa


http://www.sbfa.org.br/portal/anais2010/anais_select.php?op=buscaresultado&cid=3331&tid=10

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