Autor(es) / Coautor(es) : SARA VIRGINIA PAIVA SANTOS, Sara Virgínia Paiva Santos1,3,2, Queli Jamile Vasconcelos3,2, Jemima Santos Silva1,2 |
INTRODUÇÃO: As ressecções por câncer na região cervico-orofacial provocam alterações anatômico-funcionais, além de psicossociais, que podem limitar o sujeito das suas atividades costumeiras, o que representa um impacto na vida dos indivíduos submetidos (CARRARA-ANGELIS, E, FÚRIA, C, MOURÃO, L., KOWALSKI, L, 2000), sobretudo quanto há recidivas. É comum presença de Disfagia Orofaríngea denominada de ordem mecânica, nesses casos, devendo o terapeuta visualizar com cautela os reais déficits (ESTRELA, F, ELIAS, VS, MARTINS, VB, 2003). A caracterização do processo terapêutico bem sucedido é sempre valiosa vista a sua contribuição para o incentivo de novas abordagens de tratamento e eleição de condutas mais eficazes. OBJETIVO: descrever o desempenho na reabilitação orofacial de uma paciente submetida à cirurgia extensa de cabeça e pescoço para ressecção de sarcoma faríngeo. MÉTODO: relato de caso de paciente, sexo feminino, 57 anos, empresária, submetida à ressecção extensa de tumor em faringe (4,5cm), recidivado pela terceira vez, posterior a três procedimentos cirúrgicos, radio e quimioterapia, encaminhada por Otorrinolaringologista para fonoterapia, 20 dias após a submissão de faringotomia e mandibulotomia paramediana esquerda, com acesso oral e cervical. Concomitantemente à ressecção, foi realizada uma cirurgia plástica reparadora, com retalho supraclavicular. O defeito resultante abrangeu, à E: base de língua, hemi palato mole e mucosa posterior da faringe. Não houve complicações pós-operatórias. A paciente encontrava-se em processo cicatricial na admissão na fonoterapia, na qual foi submetida à Anamnese - houve relato de dificuldade na articulação da fala, incapacidade para realização da mastigação e sensibilidade reduzida da língua à E- e Avaliação fonoaudiológica da Motricidade Orofacial que evidenciou alterações de: tônus (hipotonia), mobilidade (reduzida), de propriocepção e sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa) do lado ressecado, imprecisão articulatória à fala e na realização de praxias, desvio na abertura de boca, articulação restrita (mensuração: 13 mm), assimetria facial (1/3 inferior) em praxias orais, ressonância hipernasal, alteração nas fases oral e faríngea da deglutição, sucção lentificada e incapacidade para mastigação de sólidos. Foram realizadas 10 sessões de fonoterapia, ininterruptas, 02 vezes semanais, com realização de exercícios isotônicos, a priori, sugeridos na literatura (Estrela, Elias e Martins, 2003). Foi realizada reavaliação, após 10 sessões. Houve assinatura do Termo de Consentimento Livre/Esclarecido para realização da presente pesquisa (Conselho Nacional de Saúde, resolução 196/96-CNS). RESULTADOS: obtiveram-se ganhos, referidos e observados, já nesse curto espaço de terapia, a saber: aumento na mobilidade de lábios e língua, melhor informação proprioceptiva intra-oral referida e na sensibilidade ao toque de hemi lábio/língua (intra e extra-oral), mentoniana e de palato mole, redução da assimetria do 1/3 inferior facial e da imprecisão nas praxias orais, aumento de 4 mm na distância interincisal com boa repercussão na inteligibilidade da fala e foco ressonantal mais distribuído. Esses resultados mostraram-se significantes para o desempenho das funções orofaciais. A paciente continua em fonoterapia. CONCLUSÃO: A fonoterapia deve ser o processo no qual é priorizada a melhora das alterações referidas pelo paciente e criteriosamente avaliadas pelo terapeuta a fim de maximizar as funções orofaciais alteradas. Dessa forma, a atuação fonoaudiológica torna-se fundamental para a reinserção do indivíduo na sociedade. |
Dados de publicação Página(s) : p.3323 URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa
http://www.sbfa.org.br/portal/anais2010/anais_select.php?op=buscaresultado&cid=3323&tid=2 |
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