sexta-feira, 15 de abril de 2016

SINDROME DE SECKEL: RELATO DE UM CASO CLÍNICO





Autor(es) / Coautor(es) : SARA VIRGINIA PAIVA SANTOS, Sara Virgínia Paiva Santos1,2, Karinne Melo Santiago de Lima1,4,5, Renata Matos Carvalho1,3

INTRODUÇÃO: A Síndrome de Seckel (SSK) foi descrita na década de 60 por Helmut Seckel por meio de relato de caso de dois pacientes com Nanismo com cabeça de pássaro, e, posteriormente, em 1982, por Rudolf Virchow, caracterizando-a como a conhecemos hoje. A etiopatogenia da síndrome é desconhecida, embora seja sabido que há um quadro genético, de herança provável do tipo autossômico recessiva, severo retardo de crescimento intra-uterino do qual o tratamento é apenas sintomático (DELGADO, R. et al, 2005). Dentre uma gama de manifestações como presença de retardo mental acentuado, nanismo proporcionado, cabelos escassos, hipoplasia genital e cifoescoliose, são presentes, concomitantemente, queixo retraído ou pequeno, nariz grande e curvo (KARAM, S.M., IEPSEN, J., HALPERN, R., FREITAS, V.A., 1998), anomalias dentárias, estrabismo, microcefalia, com dados anatomopatológicos de hemisférios cerebrais pequenos (DELGADO, R. et al, 2005). OBJETIVO: Descrever o caso de uma paciente com diagnóstico neuropediátrico de Síndrome de Seckel. MÉTODO: A paciente foi submetida a atendimento fonoaudiológico individualizado (45 min.), no setor de saúde da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Aracaju-APAE/SE. Foi aplicado Protocolo de Anamnese Fonoaudiológica institucional com os responsáveis pela paciente (separadamente), composto de 15 itens que abordam informações como: Identificação, Queixa, Antecedente Pré, Peri e Pós-natais, todo o Desenvolvimento Motor, Orofacial, de Linguagem, Auditivo, Cognitivo, Social e Escolar, bem como dados sobre Saúde Geral, Atendimentos/exames realizados, Encaminhamentos e aposição da assinatura dos responsáveis pela veracidade e confiabilidade dos dados informados. Foi assinado Termo de Consentimento para realização dessa pesquisa, de acordo com a Resolução 196/96 do CNS. RESULTADOS: Paciente do sexo feminino, 11 anos, estudante do primeiro ano do ensino regular. Nascida de 32 semanas em sala de espera, parto natural, baixo peso (1,3 kg), apresentou hipóxia, icterícia fisiológica e hipoplasia genital, permaneceu em incubadora 45 dias e fez uso de sonda orogástrica. A genitora relatou 2 quadros de dengue durante a gestação. Cursou com atraso no desenvolvimento motor geral e orofacial (não houve aleitamento materno e é respiradora oral), da linguagem, (protopalavras aos três anos, fala ininteligível e troca de letras), e cognitivo (dificuldade de concentração e compreensão). A menor ingressou na escola aos 4 anos e apresentou histórico de fracasso escolar, tem poucos amigos, de idade inferior a sua. Os informantes negaram alterações auditivas, a menor não apresentou doenças infantis, não usa medicação de controle e não houve divergência das informações fornecidas pelos responsáveis. Realizou o acompanhamento com Ortopedista, Otorrinolaringologista, Neurologista, Nutricionista e Cardiologista. Os resultados dos exames realizados, ao longo do desenvolvimento da paciente, apontaram os seguintes achados: Ressonância Magnética de Crânio normal, Radiografia de Mãos e Punhos de idade óssea compatível de idade de seis anos, aos 9, Ecocardiografia bidmensional: Aneurisma de Septo interatrial com discreta repercussão, Videonasolaringoscopia: Rinite crônica , Desvio septal, Imperfuração coanal D interrogada, a Tomografia Computadorizada da Face apresentou Hipoplasia meato-palatal D e Sinusopatia Maxilar inflamatória bilateral. CONCLUSÃO: Diante do relato acima, e da gama de manifestações encontradas no portador da SSK, torna-se visível a necessidade de acompanhamento interdisciplinar continuada.

Dados de publicação
Página(s) :
 p.3324
URL (endereço digital) :
 http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa 

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